Depressão
A depressão apresenta um diagnóstico amplo e heterogêneo. Os sintomas devem estar presentes por pelo menos 2 semanas e devem ser severos na maior parte dos dias. A gravidade da doença varia com a quantidade e severidade de sintomas e o grau de perda funcional.
Apresenta geralmente um curso de remissão e nova piora dos sintomas. As características mais comuns são a tristeza, esgotamento/cansaço, irritabilidade, alterações somáticas (formigamento, dormência, sensação de desmaio, mal estar…) e alterações cognitivas que prejudicam a capacidade funcional da pessoa.
Os sintomas emocionais podem ser: tristeza, ansiedade, irritabilidade, perda do prazer nas coisas, ideação suicida, falta de esperança, culpa exagerada. Os sintomas físicos podem ser: cansaço, ganho ou perda de peso, insônia ou hipersonia, disfunção sexual, dor de cabeça, dor de estômago, dore generalizada, agitação psicomotora. Os sintomas cognitivos são: desatenção, perda de memória, lentificação do pensamento e do julgamento, falta de planejamento e organização. Isso acaba afetando o relacionamento social, no trabalho e na família, criando um aspecto negativo na vida da pessoa.
O tratamento da depressão possui três fases: o tratamento agudo em que se espera a resposta à medicação, a remissão e a manutenção. A resposta ideal é ter o controle completo dos sintomas e que não haja mais síndrome depressiva no futuro. A retirada da medicação em qualquer uma das fases sem ter completado corretamente o tratamento leva ao risco da piora dos sintomas novamente. Após a fase inicial do episódio depressivo, 50% permanecerão sem sintomas e não terão no episódio, 35% terão depressão recorrente e 15% permanecerão com a depressão sem ter controle completo dos sintomas.
Os objetivos do tratamento são conseguir a remissão (fase aguda), prevenir a recaída (tratamento de continuação) e prevenir a recorrência (fase de manutenção). A resposta é definida como melhora de 50% dos sintomas nas escalas de depressão. O risco de recaída é significativamente maior nos pacientes que respondem parcialmente à terapia comparado com aqueles que conseguem a remissão completa (76% x 25%).
O tratamento envolve o uso de antidepressivos com associação à psicoterapia. Muitas medicações podem dar efeito colateral, mas isso não deve ser uma barreira para o tratamento e deve ser discutida a troca do remédio para o adequado funcionamento. Assim, um tratamento adequado pode solucionar os problemas envolvidos com a depressão e evitar a recorrência e nunca deve ser parado sem a orientação médica.
Dr. Diego Cassol Dozza – Neurocirurgião