Dor lombar pode ser hérnia de disco
Muitas pessoas já sentiram um desconforto muscular nas costas, principalmente na região lombar e cervical. Em alguns casos a dor é passageira, em outros chega a ser insuportável, obrigando o paciente a procurar um especialista e ter que se submeter à fisioterapia.
Um dos sintomas mais conhecido é a hérnia de disco, caracterizada pela ruptura do disco intervertebral, que leva a sintomas como dor nas costas irradiada para os membros inferiores e sensação de queimação ou de dormência. “Os sintomas de hérnia de disco se resumem a dor localizada nas costas irradiada para os membros inferiores que, normalmente, piora com os movimentos, podendo intensificar quando o indivíduo tosse, ri ou mesmo quando se esforça para evacuar” destaca o neurocirurgião Dr. Diego Cassol Dozza.
O neurocirurgião lembra que os sintomas da hérnia de disco podem ser diferentes de um indivíduo para o outro, pois depende da sua localização e intensidade de compressão. “Esses sintomas podem surgir subitamente, desaparecer espontaneamente e retornar em intervalos imprevisíveis. Mas podem também ser constantes e de longa duração”, explica Dozza.
Na maioria dos casos seu tratamento pode ser feito através do uso de medicamentos e fisioterapia. Em outras situações pode ser necessária a cirurgia. A hérnia lombar e cervical são as mais frequentes, sendo a torácica mais rara.
Como a degeneração do disco é progressiva, pequenos traumas repetitivos causam fissuras no anel fibroso. Estas podem progredir e formar lacerações maiores por onde o núcleo pulposo pode herniar. Isto ocorre principalmente na região dorsal e dorsolateral do disco. Este disco herniado pode causar a compressão da raiz nervosa adjacente e causar uma dor irradiada para o membro correspondente. Uma das dores mais frequentes é a chamada ciática (também conhecida como ciatalgia, lombociatalgia), que é uma dor que inicia na região lombar inferior e irradia até o pé.
O disco intervertebral é uma estrutura que fica entre dois corpos vertebrais e é composto por um núcleo pulposo e cercado por um anel fibroso. Sua principal função é a mecânica, transmitindo a carga corporal e permitindo os movimentos de flexão.
O núcleo pulposo é composto por cerca de 80 a 80% de água. O processo de degeneração é complexo e ainda não muito bem entendido. Ocorre de forma gradual e por múltiplos fatores como perda da nutrição do disco, sobrecarga mecânica, fatores genéticos. Com o processo de degeneração o núcleo pulposo perde seu poder hidrofílico e literalmente “murcha”. “Isso desencadeia uma série de eventos incluindo a perda de altura do disco intervertebral, aumento da mobilidade e instabilidade, culminando com a transmissão da carga para o anel fibroso. Estes eventos também alteram a função de outras estruturas da coluna vertebral como os músculos e ligamentos”, salienta Dozza.