É muito “mimi”, “toma lá da cá” e deixa pra lá.
Parece ser coisa de criança não é? Se eu não conseguir o que quero naquele momento, já é motivo para um alto nível de gritaria e histeria sem dó. Ou ainda, se você não fazer o que eu quero e como penso “já não sou mais teu amigo”. Cenas, estas, que são extremamente comuns quando lidamos com crianças pequenas e que estão no início de uma aprendizagem social importante, do saber compartilhar, sentir empatia pelo outro, conviver em grupo e ser educado.
Mas, nesse texto, estou falando disso tudo num contexto mais adulto, onde pessoas já bem “grandinhas” estão tomando atitudes infantis por não conseguirem treinar sua capacidade afetiva e social de maneira mais adequada. Com tudo isso, acabam problematizando algo em que não haveria motivo ou estendendo conflitos sem razão aparente. Além disso, se tornam adultos irritantes e muito críticos, não deixando brecha para argumentos ou, até mesmo, aceitar a verdade.
Nem sempre estamos dispostos a ouvir com mais calma o que o outro tem a dizer, e isso faz parte do nosso dia a dia tão corrido, nosso humor varia e nossos comportamentos se tornam mais suscetíveis a erros. Um exemplo clássico é quando ocorre um acidente de carro em que os motoristas acabam partindo para agressões físicas, defendendo a sua própria maneira de dirigir e colocando a culpa no outro, mas sem possibilidade de ambos poderem entender o que aconteceu de verdade.
As vezes é como se estivéssemos todos trancados em uma sala minúscula, onde há um vazamento de gás e qualquer faísca causará uma explosão. Pois somos (seres humanos), feitos de tantas coisas incluído emoções, e nossas emoções, se não estiverem em harmonia, nos colocaram em situações bastante incomodas.
Então, quando falamos em comportamento infantil, é bem isso, a criança, talvez um pouco mais impulsiva, ainda não sabe nem nomear suas emoções, ela esta aprendendo a identificar em que momento esta se sentindo feliz, em qual esta triste e o que a frustra. Uma criança sem tolerância a frustração, pode se tornar um adulto com muito pouca sensibilidade para lidar com a batida de carro ou ter a paciência para achar a porta e sair daquela sala cheia de gás.
Não estou falando em ignorar ou negar as emoções, mas sim, de aprendermos a lidar com elas em diferentes situações do nosso dia a dia. Acredito, ainda, que deveríamos criar um currículo escolar onde se incluísse o trabalho em grupo e como lidar com suas emoções.
As emoções, os comportamentos, delimitam nossa convivência com as outras pessoas, podem nos aproximar ou nos afastar, as vezes sem querer, as vezes por desconhecermos nossos próprios limites. Tolerar o que o outro tem ou deixa de ter, ser ou deixa de ser, pensa ou não pensa, pode fazer uma grande diferença na nossa socialização.
Então, o que seria mais saudável: continuar fazendo “mimi”, tendo ataques de birra ou encarar de frente nossos sentimentos, aceitá-los e aprender a lidar com eles? Se você ainda pensa (ou age)como uma criança, tem muito o que aprender, se já é um adulto responsável que está desconfortável com teus sentimentos, também tem que aprender.
E lembre-se, os teus sentimentos são apenas teus, é o que há de mais verdadeiro e sincero em você. Apenas você pode decidir o que fazer com eles, se quer continuar sofrendo e transformando sentimentos em um bicho de sete cabeças, ou, se quer transformar um sofrimento em novas possibilidades de se conhecer melhor e ser mais competente. Em qualquer uma das opções, procure um psicólogo e um psiquiatra, com certeza irão te ajudar.
Anderson Cassol Dozza – neuropsicólogo
Vitae Centro Clínico Integrado
Passo Fundo
54.3622.2989 / 3622.2990
Vitae Centro Clínico Integrado
Palmeira das Missões
55.3742.4909