A perda de memória
As queixas de perda de memória tem aumentado progressivamente nos consultórios médicos. Uma das causas seria o aumento da expectativa de vida da população. Em 1991, 4,8% da população tinha 65 anos ou mais no Brasil, sendo que esta taxa subiu para 8,1% em 2010 nas regiões Sudeste e Sul em nosso país.
Sabe-se que uma boa memória depende de vários fatores entre eles: atenção, concentração, interesse, motivação e necessidade, além do estado emocional do indivíduo. Outro fator importante é a idade, o envelhecimento normal leva geralmente a uma lentificação da memória, uma maior vulnerabilidade a distrações, a dificuldade de manter uma sequência de pensamentos, além disso, há maior uso de tranquilizantes e medicações para insônia em pacientes idosos, o que também prejudica a memória. Fatores como preocupações, noites mal dormidas, ansiedade e depressão também comprometem o raciocínio. Algumas doenças podem acarretar danos à memória como: AVC, doença de Parkinson, traumatismo craniano, alcoolismo, problemas de tireoide e, em casos mais graves, doença de Alzheimer.
Cerca de 10 % das pessoas com mais de 70 anos tem perda significativa de memória e chega a ser de 20-40% nos com mais de 85 anos, sendo que deste percentual cerca de 50% possuem Doença de Alzheimer. O maior fator de risco para a demência é o aumento da idade. A prevalência de perda incapacitante da memória aumenta a cada década acima dos 50 anos. O Esquecimento Benigno do Idoso faz parte do envelhecimento natural onde há um declínio da memória, mas sem o comprometimento das atividades de vida diárias. Aos 85 anos uma pessoa é capaz de evocar metade do número de itens que recordava aos 18 anos.
No combate aos esquecimentos valem algumas dicas, tais como: preste atenção no que você está fazendo, faça uma coisa de cada vez e repita quantas vezes for necessário para lembrar, tente associar informações a imagens mentais vividas, é mais fácil decorar se atribuir um significado às informações, use mnemônicas tais como músicas ou rimas,mantenha hábitos regulares de sono e não pule refeições,tenha sempre consigo um bloco, diário ou calendário para anotar o que for necessário lembrar, pratique exercício físico regularmente, tenha uma boa alimentação, tenha o hábito da leitura, faça palavras cruzadas, soletre palavras de trás para frente, faça cursos de desenho, pintura, teatro, trabalhos manuais e dança e, principalmente, busque sempre a felicidade em tudo que você faz.
Dr. Diego Cassol Dozza – neurocirurgião