Setembro Amarelo: Suicídio e Prevenção
Seguindo a série de artigos do Setembro Amarelo, nessa semana vamos conhecer qual a maneira para prevenir o suicídio. Confira no artigo do neuropsicólogo Anderson Cassol Dozza.
No decorrer do mês de Setembro, vimos muitos artigos, publicações e cartilhas sobre a temática do suicídio e das suas várias facetas. Alguns colegas já explanaram suas ideias sobre a desmistificação do suicídio, suas crises, sinais e comportamentos de risco, e agora vou discutir um pouco sobre como prevenir o suicídio.
Já foram faladas em sinais de alertas de um possível caso de suicídio, ou o que poderia levar à uma tentativa. Mas quando identificamos tais sinais o que devemos fazer?
Talvez a primeira ideia seria respeitar e levar a sério tal pedido de ajuda o qual a pessoa está externalizando, sem pré-julgamentos ou sinal de indiferença. Quando a pessoa se abre de tal maneira para o mundo é sinal de que o copo já está transbordando e qualquer palavra negativa a mais, poderia significar um desastre ou um gatilho para o ato de tirar a própria vida.
Saber que aquele sofrimento é uma dor ímpar, e que talvez, apenas aquela pessoa esteja passando naquele momento é só dela, a torna uma pessoa mais frágil, sendo necessário cuidado e sensibilidade para tratar do assunto.
Muitas pessoas ainda acham que se falar em suicídio pode fazer com que a pessoa se suicide ou potencializar o pensamento negativo que levaria a tal ato. Porém não é plenamente verdade, é importante falar sobre os sentimentos que a pessoa está passando e tratá-los como algo importante para ela naquele momento, não apenas “deixar para lá” ou dizer que “já vai passar”.
Quando se perceber que já há um risco iminente de suicídio é importante não sair de perto da pessoa, manter uma vigilância e entrar imediatamente em contato com algum profissional de saúde mental e/ou algum familiar ou amigo de confiança dela para ajudar.
É importante mostrar para quem está sem motivação para viver, que, enquanto há vida há opções saudáveis para resolver qualquer problema. Explorar outras saídas além do suicídio pode ampliar a expectativa e a elaboração mais saudável do sofrimento.
Mas, além de ajudar no que fazer, é importante lembramos o que NÃO fazer, como por exemplo ignorar a situação, ficar chocado ou envergonhado, falar que tudo vai ficar bem, desafiar a pessoa a continuar em frente ou dando outras ideias de como se matar, jurar segredo ou deixar a pessoa sozinha.
De tudo que foi exposto, entende-se que se pudermos ajudar outro ser humano a evitar de tirar sua própria vida, estaremos ensinando que há esperança e saúde em sua vida. Antes de sermos bons profissionais, devemos ser excelentes seres humanos, devemos nos conscientizar de que cada um tem uma responsabilidade naquilo que fala e pensa sobre os outros. As vezes uma palavra dita erroneamente pode agravar uma situação que já está ruim, mas uma palavra de encorajamento pode criar pessoas mais saudáveis mentalmente.
A prevenção deve levar em consideração o nível biológico, psicológico, político, social e cultural do ser humano, desde sua infância até a longevidade. Então, é importante um pai e uma mãe poderem conversar com seu filho pequeno ou adolescente sobre o que sentem e o que estão pensando, que um pai possa perguntar para seu pai de mais idade o quanto ele está se sentindo sozinho ou precisando de algum ajuda, que um amigo possa emprestar um ombro para outro chorar, que um médico ou psicólogo possa ouvir melhor as queixas de seu paciente mesmo depois de um dia longo de trabalho e que a escuta possa trazer algum conforto para aquele paciente, que as escolas possam lidar com o bullying e trazer segurança para seus alunos.
Para concluir, achei muitas frases interessantes sobre a temática e acho que vale a pena dividir: “Não é drama, não é chamar a atenção, nem é falta de Deus e muito menos frescura”; “Você é necessário”; “Viver é a melhor opção, Sempre!”; “Falar é a melhor solução”; “Não se culpe tanto, todos erram e você não sabia o que sabe hoje”.
Se você está passando por problemas pessoais, no trabalho ou na sua vida íntima e que acredita que não tem com quem dividir, procure um profissional da área da saúde, um psiquiatra ou psicólogo ou ligue para o CVV – Centro de Valorização da Vida (Tel.: 188).
Anderson Cassol Dozza – neuropsicólogo
Atendimento clinico, psicoterapia individual, com adolescentes, adultos e idosos;
Avaliação neuropsicológica com crianças, adolescentes, adultos e idosos.